segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Lua, 21 anos...



Lua adversa
Cecília Meireles

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!

Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha

Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.


E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia
o outro desapareceu...





sábado, 16 de agosto de 2008

Amigo



















Soneto do amigo

Vinicius de Moraes


Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.


É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.


Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.


O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...




quarta-feira, 6 de agosto de 2008

após vipassana...


Fácil não é. Não diria que é bom no sentido que custumamos usar, significando prazeroso e agradável. Este é um caminho que nos faz enfrentar nossos padrões de comportamento que nos levam muitas vezes ao sofrimento.
Por que todos os seres não são realmente livres e felizes? Nessa busca está a compreensão deste caminho.
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Mātā yathā niyaṃ puttaṃ,

āyusā eka-puttamanurakkhe;

evampi sabba bhūtesu,

mānasaṃ bhāvaye aparimāṇaṃ.

Just as a mother would risk her life
To protect her only child; Similarly,
one should cultivate
Boundless love towards all beings.

Sutta Nipāta 149 (mettā-sutta)
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http://gsd.ime.usp.br/seminars/2006/vipassana.ppt#10